Artigo: Evolução da cirurgia robótica no Brasil

Por Vladimir Schraibman(*)

No começo parecia ser uma tecnologia baseada apenas numa jogada de marketing e uma proposta sem grandes resultados, mas a introdução do uso de robôs em cirurgias para o tratamento de doenças graves do aparelho digestivo mostrou, com o passar dos anos, ser um método que contribui efetivamente para atingir o objetivo de tornar as cirurgias menos invasivas, oferecendo segurança tanto para o paciente como para o médico, por isso o equipamento vem sendo utilizado pelos especialistas em hospitais e clínicas particulares.

Após cinco anos de chegada da técnica no Brasil, a cirurgia robótica é indicada para tratar tumores no esôfago, próstata, reto, estômago, cabeça e pescoço, além de casos de endometriose e refluxo. No setor público, poucas instituições contam com o uso dessas tecnologias, infelizmente. Bom exemplo vem do Instituto do Câncer, que já realiza cirurgias robóticas em alguns tipos de casos.

A cirurgia robótica envolve a utilização de um sistema computadorizado, desenvolvido exclusivamente para a Medicina, que produz imagens 3D e facilita a visão do médico em relação ao interior do organismo do paciente. A técnica permite o movimento dos braços dos robôs formados por pinças e instrumentos cirúrgicos. Além disso, viabiliza a realização de procedimentos sofisticados e de difícil realização por via laparoscópica. A tecnologia envolve incisões de até 0,5 cm no abdome, permite melhor visão nos casos de retirada de gânglios, dissecções delicadas e em regiões de difícil acesso e menor sangramento, pela visualização de vasos delicados e pequenos.

Para os pacientes, isso se traduz em menor risco de infecções, menos dor no pós-operatório, menor tempo de permanência no hospital e retorno mais rápido às atividades profissionais e sociais, além do aspecto estético, pois são eliminadas as grandes incisões das cirurgias convencionais. Para os médicos, o alto grau de mobilidade e segurança do robô diminuem tremores das mãos e trazem maior segurança e condições para atuar em cirurgias mais complexas e delicadas.

Com os avanços tecnológicos, percebo que novas fronteiras sobre o uso de robôs em cirurgias estão sendo vencidas. A partir do desenvolvimento de novas pinças, já podemos realizar cirurgias com cortes de 2,5 cm o que proporciona recuperação ainda mais rápida para os pacientes. No futuro, o mercado deverá ser inundado por empresas que desenvolvam tecnologia para a introdução de robôs, o que facilitará o acesso da tecnologia a mais pessoas, pertencentes a diferentes classes sociais, em hospitais públicos e particulares. Com isso, caberá aos médicos - profissionais da saúde – se atualizarem, identificarem e indicarem os melhores métodos de tratamentos, convencionais ou mais modernos.


(*) Dr. Vladimir Schraibman (CRM-SP 97304) é especialista em cirurgia geral, gastrocirurgia e orientador de Cirurgias Robóticas da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein (Proctor Intuitive Robotic System). É graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, com mestrado e doutorado em Ciências Médicas pelo Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina. É membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Videolaparoscópica (Sobracil) e médico colaborador do Setor de Fígado, Pâncreas e Vias Biliares do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo, além de integrar o corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

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