Artigo: Tratamentos e tecnologias amenizam o problema da queda de cabelos e calvície
Queda de cabelos e calvície são problemas presentes na vida de muitos homens e mulheres. Quem já não ficou sem saber o que fazer ao ver o travesseiro cheio de fios, ao perceber chumaços de cabelos que caem na hora do banho ou enxergar o couro cabeludo por entre os fios rarefeitos? Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 30% das mulheres irão sofrer com a queda de cabelo em algum momento da vida.
Em relação aos homens, cerca de 10% dos casos ocorrem antes mesmo do homem atingir 20 anos; 20 a 30% surgem entre os 20 e 30 anos; e 60 a 70% após os 40 anos. Diante desse cenário, o desafio dos dermatologistas é o de verificar se existe realmente queda de cabelos, suas causas, se o processo é temporário ou pode levar à calvície e os tratamentos indicados, desde a prevenção até a possibilidade de realização de um transplante capilar, técnica que evoluiu muito na última década e que se propõe a restaurar a área perdida de cabelos com máximo de naturalidade.
A causa mais comum da queda de cabelos é a hereditária e os homens são os mais afetados. Trata-se da Alopécia Androgenética, quando acontece uma maior sensibilidade à ação hormonal da diidrotestosterona(derivado da testosterona, o principal hormônio masculino circulante), o que faz com que os cabelos afinem, caiam mais de maneira lenta e gradual e não voltem mais.
As pesquisas em dermatologia e genética na área capilar têm evoluído, com diversas possibilidades de novos tratamentos com fatores de crescimento e células-tronco entre outros a caminho, mas atualmente o melhor tratamento é procurar o seu médico dermatologista o quanto antes, para iniciar tratamento precoce. Há aparelhos de medida do diâmetro dos fios, de sua densidade, a fim comparar a quantidade de fios em diferentes áreas do couro cabeludo, para que se possa iniciar o tratamento antes de se perder a reserva de fios de cabelos e também para que seja avaliada a resposta aos tratamentos, que devem ser, idealmente, a longo prazo e realizados de maneira contínua.
De acordo com o quadro clínico, pode-se iniciar o uso de loções com princípios ativos que controlam a oleosidade e funcionam como antiqueda, mesmo que indiretamente.. Além disso, podem ser realizados tratamentos de estímulo capilar, através do uso de loções vasodilatadoras e estimulantes para o ciclo de crescimento capilar. Entre as novas tecnologias, o laser de baixa potência - denominado de tratamento de fotobioestimulação por meio do LED(luz emitida por Diodo), apresenta ainda efeito anti-inflamatório e tem seu uso como tratamento cada vez mais consolidado tanto em homens quanto em mulheres com queda de cabelos. Esta tecnologia é indicada para casos de queda constante de cabelos, calvície e para pessoas que realizaram cirurgia de transplante capilar, potencializando seus resultados.
Nos casos de calvície já estabelecida, pode ser indicada a cirurgia de Transplante Capilar, após avaliação da área doadora na região da nuca, da densidade de fios existentes, bem como da elasticidade do couro cabeludo nessa região, para que se possa estimar a quantidade de fios a serem transplantados, a fim de se realizar as gigassessões, em que se coloca a maior quantidade de fios possível, no local certo e no ângulo de crescimento correto, a fim de se obter os melhores resultados. Antes da cirurgia, devem ser afastadas e tratadas outras causas de perda capilar, e o tratamento clínico deve ser mantido.
Artigo desenvolvido pela Dra. Leila Bloch (CRM-SP 108287), médica dermatologista, cirurgiã capilar, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, da ISHRS - International Society of Hair Restoration Surgery e da NAHRS - North American Hair Research Society. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP – 1997 a 2002), com Residência em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas (HC-FMUSP – 2003-2006).