Finanças pessoais: 14 perfis de comportamento que devem ser evitados
NOVEMBRO 2020 - Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde em agosto, pior mês da série história. Segundo Carol Stange, educadora em finanças pessoais, isso é reflexo da crise financeira mundial causada, principalmente, pela pandemia do Coronavírus. “Ao mesmo tempo alerto que a pandemia não é a única responsável pela dificuldade enfrentada pelas famílias. Existem também a falta de conhecimento e aprendizado para lidar com as finanças e isso leva à perda de controle do orçamento familiar”, alerta Stange.
Diante desses fatores, muitos brasileiros ficam na dúvida sobre as melhores formas de lidar com o seu dinheiro! Segundo a especialista em finanças pessoais, administramos o nosso dia a dia a partir de determinados padrões. Portanto, conhecer alguns exemplos que devem ser evitados é um grande passo para uma vida financeira saudável e equilibrada.
Para ajudar você a alcançar seus objetivos pessoais do jeito mais rápido, assertivo e com as menores perdas financeiras possível, Carol Stange aponta os 14 perfis de comportamentos que devem ser evitados e que merecem distância da sua vida financeira.
1. O Cego
Não sabe
quanto ganha e gasta e para onde vai o seu dinheiro. Afirma que ganha pouco, portanto
não há o que anotar ou então, que sabe tudo de cabeça. Como não controlamos o
que não conhecemos, o Cego vive um dia de cada vez e tem a falsa ideia de que o
mapeamento das receitas e despesas só é necessário para as pessoas muito
descontroladas, endividadas ou para indivíduos que têm muito dinheiro.
Contrata
serviços financeiros e até arrisca a fazer alguns investimentos, mas evita
pesquisar taxas em instituições diversas ou prefere simplesmente não conhecer
outros produtos disponíveis no mercado que também possam atendar às suas
necessidades. A grande cilada é que esse perfil, muitas vezes, toma alguns
riscos financeiros sem ter total consciência deles: contrata um empréstimo
consignado e oferece seu imóvel como garantia sem entender às
consequências reais do não pagamento do empréstimo. Acostuma-se a usar o limite
do cartão de crédito e cheque especial como complemento de renda, ou ainda,
contrata empréstimos para a compra de artigos de luxo.
Tem medo de
se comprometer com financiamentos e parcelamentos de médio e longo prazo,
portanto prefere pagar tudo à vista. Ao mesmo tempo em que fica aliviado ao ver
que tem uma vida financeira sem dívidas, se ressente ao perceber que não têm
conseguido construir patrimônio com a velocidade que desejava e se frustra ao
não usufruir de determinados prazeres conforme gostaria.
4. O
Desconfiado
Bancos e
instituições financeiras lhe deixam sempre com uma "pulga atrás da
orelha". Será que essas opções de investimentos são realmente seguras? E
se o banco ou corretora fechar as portas? E se o país quebrar? Prefere deixar o
dinheiro dentro de casa, ou ainda pior, dar ao amigo que conhece o "melhor
investimento do século".
É
especialista em pagar uma dívida e faz outra para conseguir giro financeiro, e
assim, ganhar alguns dias para conseguir o dinheiro. Os boletos, carnês e
compromissos financeiros diversos estão sempre pisando no seu calcanhar. Enfim,
está sempre pensando levantar dinheiro rápido para pagar alguma dívida
"urgente". Ao malabarista resta não parar nunca, já que qualquer
pausa significa uma cascata de bolas caindo em cima de sua cabeça.
Acredita que
por ter um trabalho relativamente estável, com o pagamento dos comprometimentos
financeiros em dia e por usufruir de certo conforto diário, sua vida financeira
é saudável. O Iludido gasta tudo o que ganha e não percebe que vive uma farsa,
pois quando não há poupança, qualquer ocorrência fora da rotina servirá
como porta de entrada para o endividamento com altas taxas cobradas pelo cartão
de crédito, cheque especial e crédito pessoal.
Gasta,
consome e adquire seguindo o pensamento "quem não se endivida e não corre
riscos, não tem conquistas financeiras". Mas o Arrojado extrapola ao focar
em adquirir passivos, que lhe aumentam o custo de vida rotineiro. Casa de
praia, chácara, segundo e terceiro carro, roupas de grife e passeios necessariamente
caros... significam para si mesmo que atingiu certo sucesso em sua trajetória,
mas não percebe que, na verdade, é um refém financeiro do seu estilo de vida.
Recebeu com
alegria a notícia de que, agora que terminou os estudos e começou a trabalhar
em um emprego formal (com direito a holerite, vale refeição, férias e 13o
salário!) e agora pode ter acesso a um cartão de crédito com um limite quase do
mesmo valor do seu salário, crédito consignado diretamente pela empresa, cheque
especial disponível e crédito pré-aprovado no comércio local. O super
endividamento ronda o Novato, mas sua euforia o impede de perceber o perigo.
Esse perfil
espera sempre por uma solução vinda de fora: herança, prêmio na loteria, ajuda
familiar, aumento de salário inesperado, uma ajuda divina. Infelizmente,
falta-lhe atitude de protagonista para encarar sua vida financeira como
resultado das suas escolhas e atitudes próprias.
Está sempre
ajudando financeiramente um amigo ou um parente, e justamente por isso, está
sempre com dificuldades financeiras, nome comprometido ou perdendo algum amigo.
Tem dificuldades em dizer não e frequentemente envolve-se em conflitos
matrimoniais ou familiares por colocar a vida financeira (sua ou da família) em
risco.
Já fez
algumas simulações de investimentos e, decepcionado com a rentabilidade das
aplicações, concluiu que não vale a pena investir, pelo menos não com o
dinheiro que tem disponível ou nos produtos indicados. O perfil do que
Subestima ignora o poder da oitava maravilha do mundo: os juros compostos e
desconsidera seu efeito bola de neve ao longo dos anos.
Ao contrário
do perfil que subestima, o que Superestima acredita que a realização de todos os
seus sonhos será muito fácil, rápido e que, se essa conquista demandar alguns
sacrifícios financeiros, estes serão pequenos o suficiente para que não alterem
ou atrapalhem a rotina diária. Geralmente esse perfil apresenta um fôlego
curto, pois ao vivenciar o plano de investimentos traçado, se decepciona e
retoma o padrão de vida anterior.
Nada vale o
preço de deixar de consumir e aproveitar o dia de hoje em prol de um futuro em
que não se sabe se estará vivo para desfrutar. O que tem vida breve não se
priva na hora de gastar e costuma levar um susto ao perceber que, "de
repente", o tempo passou, e não há reservas financeiras ou patrimônio
construído para respaldar lhe em um período da vida em que já não é mais
possível ser tão produtivo financeiramente.
Ao contrário
do perfil anterior, o que só pensa no futuro encara seu compromisso com a
aposentadoria como algo sério e permite que esse objetivo ocupe todos os seus
pensamentos e ações. Pequenos prazeres da vida são solenemente ignorados e seu
estilo de vida é propositalmente espartano, pois todos os recursos financeiros
são acumulados para o seu objetivo futuro.